Compartilhar
Capítulo 70
1
Depois disso meu espírito foi ocultado, ascendendo aos céus. Eu ví os
filhos dos santos anjos andando em chamas de fogo, cujas vestimentas e
mantos eram brancos e cujos semblantes eram transparentes como
cristal.
2
Eu vi dois rios de fogo brilhando como o jacinto.
3
Então caí sobre minha face diante do Senhor dos espíritos.
4
E Miguel, um dos arcanjos, tomou-me pela mão direita e levantou-me,
e trouxe-me para onde estava todo segredo de misericórdia e retidão.
5
Ele me mostrou todas as coisas ocultas das extremidades do céu, todos
os receptáculos das estrelas e o seu esplendor, desde quando elas saíram
de diante da face do Santo.
6
Ele escondeu o espírito de Enoque no céu dos céus.
7
Alí eu vi no meio daquela luz uma construção levantada com pedras de
gelo,
8
E no meio destas pedras vi vibrações de (72) de fogo vivo. Meu espírito
viu ao redor o círculo desta habitação flamejante em uma de suas
extremidades; que ali havia rios cheios de fogo vivo, o qual cercava-a.
(72) Vibrações. Literalmente, “línguas” (Laurence, p. 90).
9
Então o Serafim, o Querubim, e o Ophanin (73) rodearam-na: estes são
aqueles que nunca adormecem, mas vigiam o trono de Sua glória.
(73) Ophanin. As “rodas” Ezequiel 1:15-21 (Charles, p. 162).
10
Eu vi inumeráveis anjos, milhares de milhares, e miríades de miríades,
as quais rodeavam aquela habitação.
11
Miguel, Rafael, Gabriel, Phanuel e os santos anjos que estavam acima
nos céus foram e saíram dele. Miguel, Rafael, e Gabriel saíram daquela
habitação, e santos anjos inumeráveis.
12
Estava com eles o Ancião de dias, cuja cabeça era branca como o
algodão, e pura, e seu manto era indescritível.
13
Então eu caí sobre minha face enquanto toda minha carne era
dissolvida, e meu espírito tornou-se transformado.
14
Eu clamei com alta vóz com um poderoso espírito, abençoando,
glorificando, e exaltando.
15
E aquelas bênçãos que procediam da minha boca tornaram-se
aceitáveis na presença do Ancião de dias.
16
O Ancião de dias veio com Miguel e Gabriel, e Rafal e Phanuel, com
milhares de milhares, e miríades de miríades, que não podiam ser
enumerados.
17
Então aquele anjo veio a mim, com sua voz saudou-me, dizendo: Tu
és o Filho do homem, (74) o qual é nascido para retidão, e retidão
descansou sobre ti.
(74) Filho do homem. A tradução original de Laurence muda essa
frase “descendência do homem”, Knibb (p. 166) e Charles (p. 185)
indicam que deve ser “Filho do homem” consistente com outras
ocorrências daquele termo no livro de Enoque.
18
A retidão do ancião de dias não te esquecerá.
19
Ele disse: Em ti Ele conferirá paz em nome do mundo existente; por
isso a paz tem existido desde que o mundo foi criado.
20
E assim acontecerá a ti para sempre e sempre.
21
Todos os que existirão e caminharão em seus caminhos de retidão, não
te esquecerão para sempre.
22
Contigo estarão suas habitações, contigo seu destino; de ti eles não
serão separados para sempre e sempre.
23
E assim o prolongamento dos dias estará com o Filho do homem.(75)
(75) Filho do homem. Literalmente, “descendência do homem”, ou “o
Cristo que vem da descendência do homem”.
24
A paz será para os justos e os retos possuirão o caminho da
integridade, em nome do Senhor dos espíritos, para sempre e sempre.